Bem vindos !!!

Bem vindo ao mais novo espaço de estudos da Filosofia e da História. Aqui você poderá encontrar algumas importantes informações sobre estas disciplinas e, porque não, sobre outros assuntos ligados ao cotidiano da sala de aula. Aos alunos do colégio CDM, ficará á principal tarefa de, na medida do possível, observar as postagens que quase sempre serão referentes aos temas por nos discutidos em sala. Abraços, Prof. William

Filosofia 2º ano

O Mito da Caverna

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro. Entre o muro e o chão da caverna, há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas sombras dos outros e de si mesmos porque estão no escuro e imobilizados.

Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas nas paredes do fundo da caverna. Esses prisioneiros tomam as sombras por realidade. Um deles, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De início, move a cabeça e depois o corpo todo. A seguir, avança em direção ao muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil e sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego com a luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pela luz do sol muito mais forte do que a luz do fogo que tinha na caverna.

Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Incredulidade porque será obrigado a decidir onde se encontra a realidade: no que vê agora ou na caverna em que vivia. Seu primeiro impulso é voltar para a caverna para livrar-se da dor e do espanto, atraído pela escuridão que lhe parece mais acolhedora. Além disso, precisa ver e esse aprendizado é doloroso, fazendo-o a desejar a caverna, onde tudo é familiar e conhecido. Sem disposição para regressar a caverna permanece no exterior. Aos poucos vai se familiarizando à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se com o mundo real e descobre que a vida toda o que via era apenas sombras. Decide voltar para a caverna para libertar os amigos.

O que acontece nesse retorno? Os demais companheiros zombam dele e tentam espancá-lo. Se mesmo assim ele afirma o que viu e os convida a sair da caverna acabam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo à realidade?

Após a leitura do texto, convido você caro leitor, a ler as questões apresentadas abaixo, e refletir um pouco sobre o Mito da Caverna de Platão, e ver como os ensinamentos desse filósofo podem nos ajudar muito em nossa vida cotidiana, sobretudo no que se refere à libertação da caverna, ou seja, da passagem do senso comum para o senso crítico. Se você quiser, pode anotá-las e respondê-las em sua agenda ou caderno, discuti-las com seus amigos, enviar um comentário em nosso site, ou até mesmo por e-mail.



Reflexão sobre o texto

1) Na sua opinião , o que a caverna simboliza? Nos dias de hoje o que poderíamos chamar de caverna?

2) Na sua opinião, o que a luz do sol simboliza? Nos dias de hoje o que poderíamos chamar de luz do sol?

3) As informações que recebemos pela televisão ou pela Internet são plenamente confiáveis? Será que elas não podem nos deixar mais alienados?

4) De que forma nós podemos nos libertar da nossa caverna da alienação?



5) O que você faria se fosse o prisioneiro da caverna que conseguiu se libertar? E o que faria se fosse o prisioneiro que não conseguiu se libertar?








“ESCOLA ESTADUAL “CIDADE DOS MENINOS”.


Os Sofistas e Protágoras

Na Grécia antiga existiram diversos filósofos que defendiam diferentes teorias, muitas vezes contraditórias. Neste ambiente de contradições, algumas pessoas passaram a comercializar o saber e a oratória e eram conhecidas como sofistas. Eles não se preocupavam com a verdade ou falsidade do que ensinavam e importavam apenas em convencer as pessoas dos seus argumentos, cobrando altas taxas pelos serviços prestados. Protágoras foi o mais importante sofista e ensinou por muitos anos em Atenas. Sua tese está expressa na frase: “o homem é a medida de todas as coisas”. Assim, toda teoria poderia ser considerada como verdadeira, pois tudo não passava de diferentes pontos de vista. Reagindo contra os sofistas, surgiu Sócrates, um marco da História da Filosofia Grega.

O Pensamento Socrático

Quem nunca ouviu falar em Sócrates? Tantos anos e os clássicos pensamentos “conheça-te a ti mesmo” e “sei que nada sei” ainda permanecem vivo no pensamento da humanidade.

Costumam atribuir a Sócrates – erroneamente – a fundação da filosofia. Não foi, mas sem dúvidas foi um marco da Filosofia. Até então, no período pré-socrático esta havia se voltado para a origem do Universo e as causas das transformações da Natureza.

No período socrático, a Filosofia se volta fundamentalmente para as questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, etc. Elementos favorecidos pela democracia que criou condições para que os homens que quisessem fazer política deveriam saber falar em público e defender suas idéias.

Mas quem foi Sócrates e o que ele fez? – Bem, Sócrates seria hoje um perito em chatice, mas seu pensamento tem importância fundamental para o pensamento do Homem. Vale ressaltar que esse filósofo não deixou nenhum escrito, o que sabemos dele é por meio de seus discípulos, principalmente Platão e Aristóteles.

O retrato que Platão nos passa é que Sócrates costumava ficar nas praças e andar pelas ruas de Atenas questionando as pessoas. – “Por que você acha que sua opinião é correta?”; “Você sabe o que é isso… aquilo?”. Questionava principalmente sobre os valores e as idéias: você sabe o que é coragem? Justiça? Amizade? Ética? Beleza?…etc.

Certamente que o clima ficava embaraçado. Os gregos não sabiam responder tais perguntas, como hoje também ficaríamos embaraçados, pois tais questionamentos não são conceitos fechados.

Sócrates também não sabia responder suas perguntas. Daí o seu clássico “sei que nada sei“. O outro pensamento clássico, “conheça-te a ti mesmo” é uma contraposição aos educadores da época (sofistas) que segundo Sócrates, não tinham amor pela sabedoria, mas sim, utilizavam-na enquanto técnica para obter vantagens. Para Sócrates, o conhecimento só era possível quando o homem tivesse um autoconhecimento, pois só assim, conseguiria obter conhecimento sobre si e as relações do Universo.


Nesse contexto, Sócrates causou impacto sobre o pensamento grego uma vez que estimulava o pensamento e o questionamento, o que não era nada favorável aos “poderosos” da época. Decorre daí, uma das importâncias do seu pensamento.

O poder sempre é mais forte se todo mundo aceita as coisas como são passadas, sem questionamentos. Ainda hoje, na sociedade capitalista pós- moderna esse elemento se faz tão presente.

Nesse sentido, Sócrates era um vilão para o pensamento da juventude e da sociedade grega. Fato este que o levou a ser acusado de corromper os jovens, desrespeitar os deuses e violar as leis. Conseqüentemente foi levado em Assembléia para ser julgado. No entanto, Sócrates recusou o seu direito de defesa: “Se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não as aceito. Se eu me defender, o que os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter que renunciar à Filosofia.”

Assim sendo, foi condenado à morte, sendo obrigado a tomar veneno: a famosa cicuta.


As três peneiras

(Sócrates)

Um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo. Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras?

- Sim. A primeira peneira é a VERDADE.

O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade.

Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE.

O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?

Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a NECESSIDADE.

Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta? E, arremata Sócrates:

- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos.

Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, colegas do planeta. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.


Atividades:

1- Quem foi Sócrates e o que ele quis ensinar com esse texto?

2- Qual o sentido das "peneiras", na leitura?

3- Um fato merece ser contado quando...

5- Como posso avaliar se o que vou falar é verdadeiro, bom e necessário?

6- É fácil ou difícil tomar conhecimento de alguma história, guardar segredo ou simplesmente esquecer que ouviu, sem maiores comentários.

7- É sempre bom ter-se em mente a seguinte máxima: "Fazer aos outros, somente aquilo que queremos que façam a nós". Como você pode interpretar essa máxima?

Ética

Problema ético: Liberdade, emancipação e dever.

• A questão da justiça

• A questão da liberdade e autonomia.

• Autores de referência: Platão, Aristóteles, Rousseau, Kant, Spinoza e Habermas

Ética é área da Filosofia que estuda os valores morais. Reflete sobre o bem e o mal, o que é certo ou errado, e procura responder, por exemplo, se os fins justificam os meios ou os meios justificam os fins.

A partir de Sócrates (469 – 399 a. C.), a Filosofia, que antes estudava a natureza, passa a se ocupar de problemas relativos ao valor da vida, ou seja, das virtudes. O primeiro a organizar essas questões é o filósofo grego Aristóteles (384 – 322 a. C.). Em sua obra, entre outros pontos, destacam-se os estudos da relação entre a ética individual e a social, e entre a vida teórica e a prática. Ele também classifica as virtudes. A justiça, a amizade e os valores morais derivam dos costumes e servem para promover a ordem política. A sabedoria e a prudência estão vinculadas à inteligência ou à razão.

Na Idade Média, predomina a ética cristã baseada no amor ao próximo, que incorpora as noções gregas de que a felicidade é um objetivo do homem e a prática do bem constitui um meio de atingi-la. Os filósofos cristãos partem do pressuposto de que a natureza humana tem um destino predeterminado e de que Deus é o princípio da felicidade e da virtude.

Entre a idade Média e a modernidade, o italiano Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) apresenta-se como “o Colombo do novo mundo moral” e provoca uma revolução na ética. Nega as concepções grega e cristã de virtude e busca seu modelo moral na virilidade dos antigos romanos. Para ele, a ética cristã é “efeminada”. Maquiavel influencia o inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679) e o holandês Benedito Spinoza (1632 –1677), pensadores modernos extremamente realistas no que se refere à ética.

Nos séculos XVIII e XIX, o francês Jean – Jacques Rousseau (1712 –1778) e os alemães Emmanuel Kant ( 1724 – 1804) e Friedrich Hegel (1770 –1831) são os principais filósofos que discutem ética. Segundo Rousseau, o homem é bom por natureza e seu espírito pode sofrer um aprimoramento quase ilimitado. Para Kant, ética é a obrigação de agir segundo regras universais com as quais todos concordam. O reconhecimento dos outros homens é o principal motivador da conduta individual.

Hegel transforma a ética em uma Filosofia do Direito. Ele a divide em ética subjetiva ou pessoal, e ética objetiva, ou social. A primeira é uma consciência de dever e a segunda é formada pelos costumes, leis e normas de uma sociedade. O Estado, para Hegel, reúne esses dois aspectos numa “totalidade ética”.

Na Filosofia contemporânea, os princípios do liberalismo influenciam o conceito de ética, que ganha traços de moral utilitária. Os indivíduos devem buscar a felicidade e, para isso, fazer as melhores escolhas entre as alternativas existentes. Para o filósofo inglês Bertrand Russel (1872 – 1970), a ética é subjetiva. Não contém afirmações verdadeiras ou falsas. É a expressão dos desejos de um grupo. Mas Russel diz que o homem deve reprimir certos desejos e reforçar outros se pretende atingir a felicidade ou o equilíbrio



A questão da justiça

Se o direito constitui a ordem da comunidade, compete à justiça “salvaguardar” e “restabelecer” essa ordem, na medida em que as circunstâncias existentes não formem uma ordenação verdadeira e acertada daquela, ou seja uma ordenação que garanta a realização do bem comum. Dentro de uma ordem existente, devem tomar-se em consideração, primeiramente , as normas que visam a comunidade ( o bem comum) ou leis, sobre as quais repousa a dita ordem: justiça geral ou legal ( inexatamente chamada também “social”).



Relativamente aos membros da comunidade, tem de ser protegida a repartição de ônus e obrigações, bem como a de honras e vantagens, de acordo m com sua situação, aptidões e capacidades: justiça distributiva. Por sua vez, os membros da comunidade têm de defender reciprocamente o que de direito compete a cada um. Uma aplicação capital deste princípio consiste em proteger a equivalência de prestação e contraprestação, por conseguinte, a proteção da igualdade de valor no trato econômico; daí, a designação desta justiça como justiça geral, mencionada em primeiro lugar, incluímos as duas últimas sob o rótulo de justiças particulares.

De fato, a ordem existente nunca é inteiramente aquela que deveria ser; para ser pura e perfeita expressão do direito e, desse modo, “ ordem”, no sentido prenhe da palavra, precisaria de ser continuamente retocada e adaptada às situações reais que se vão modificando: normas, que um tempo foram a expressão de um pensamento jurídico, podem, variadas as circunstâncias, deixar de Ter sentido, tornar-se nocivas à comunidade e altamente ilegais. O beneficiário empenhar-se á em mantê-las como seu direito escrito; o prejudicado será inclinado a quebrantá-las, por meio da violência, como injustas. À comunidade só interessa um desenvolvimento orgânico: o esforço nesse sentido e a boa vontade para levá-lo a cabo constituem a justiça em ordem ao bem comum (justiça social), assim denominada, porque cria de novo, em cada momento, a verdadeira ordem da comunidade e protege de modo permanente o bem comum – (Nell – Breuning , in BRUGGER, Dicionário de Filosofia, São Paulo: EPU, 1973)



A questão da Liberdade e Autonomia

A democracia deve assegurar liberdade a seus cidadãos. Liberdade política, de organização e de trabalho são aspectos freqüentemente lembrados da vida democrática.

Platão adverte que o Estado (ele usa a palavra cidade) democrático, corre o risco de, embriagado pela ânsia de liberdade, erigir governantes sempre mais frouxos, que não tenham coragem ou princípios para conter o relaxamento crescente. Afirma que na democracia o mesmo espírito anárquico penetra os domicílios privados: "o pai se acostuma a igualar-se com os filhos e a temê-los, e os filhos a igualar-se com os pais e não lhes ter respeito nem temor algum... Jovens e velhos, todos se equiparam; os rapazes rivalizam com seus maiores em palavras e ações; e estes condescendem com eles, mostrando-se cheios de bom humor e jocosidade, para imitá-los e não parecerem casmurros e autoritários". Fala ainda da igualdade dos sexos, da confusão entre cidadãos e estrangeiros, e termina com uma frase antológica: "as cadelas valem tanto quanto as suas donas, e os cavalos e os asnos andam às soltas, como importantes personagens, empurrando pelos caminhos a quem não lhes cede o passo; e por toda a parte se vê a mesma pletora de liberdade". Embora Platão tenha escrito em sentido simbólico, não se pode deixar de pensar nos inúmeros institutos de beleza canina espalhados pelas cidades contemporâneas, ao lado de milhões de pessoas que não têm o que comer.

Diz Aristóteles que é livre aquele que tem em si mesmo o princípio para agir ou não agir, isto é, aquele que é causa interna de sua ação ou da decisão de agir ou não agir. A liberdade é concebida como o poder pleno e incondicional da vontade para determinar a si mesma ou para ser auto-determinada. É pensada, também como a ausência de constrangimentos externos e internos, isto é, como uma capacidade que não encontra obstáculos para se realizar, nem é forçada por coisa alguma para agir. Trata-se da espontaneidade plena do agente, que dá a si mesmo os motivos e os fins de sua ação, sem ser constrangido ou forçado por nada e por ninguém.

Assim, na concepção aristotélica, a liberdade é o princípio para escolher entre alternativas possíveis, realizando-se como decisão e ato voluntário. Contrariamente ao necessário ou à necessidade, sob a qual o agente sofre a ação de uma causa externa que o obriga a agir sempre de uma determinada maneira, no ato voluntário livre o agente é causa de si, isto é, causa integral de sua ação. Sem dúvida, poder-se-ia dizer que a vontade livre é determinada pela razão ou pela inteligência e, nesse caso, seria preciso admitir que não é causa de si ou incondicionada, mas que é causada pelo raciocínio ou pelo pensamento.



Atividades



1- De acordo co o texto o que é Ética?

2- Qual a importância da Justiça para a humanidade?

3- analise a concepção de liberdade e de autonomia para:

a) Platão.

b) Aristóteles.

4-Qual a etimologia das palavras Ética e Justiça?



História da Filosofia

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é sintetizar a história da filosofia, salientando os aspectos relevantes em cada um de seus períodos: filosofia antiga, filosofia medieval, filosofia moderna e filosofia contemporânea.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A filosofia difere da ciência, porque necessita da história. Nenhum filósofo começa do zero, mas acrescenta ao que o filósofo precedente já descobriu. Pode-se dizer que a história da filosofia é a soma das contribuições que cada filósofo deu ao quebra-cabeça que é a experiência humana. Vem um filósofo e dá uma solução, e todos aclamam como a melhor; tempo mais tarde, vem outro e dá outra solução para o mesmo problema, e assim sucede no tempo.

3. FILOSOFIA ANTIGA

3.1. PRÉ-SOCRÁTICOS
Essência: descobrir, com base na razão e não na mitologia, o princípio único (o arché, grego) existente em todos os seres físicos.
Representantes: Tales de Mileto (623-546 a.C.), Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.), Pitágoras de Samos (570-490 a.C.), Heráclito de Éfeso (?), Parmênides de Eléia (510-470 a.C.), Zenão de Eléia (488-430 a.C.), Empédocles de Agrigento (490-430 a.C.) e Demócrito de Abdera (460-370 a.C.)
Anotações
Para Tales de Mileto, considerado o pai da filosofia, a substância primordial era a água; para Anaximandro de Mileto, o apeíron, termo grego que significa o indeterminado, o infinito; para Anaxímenes de Mileto, que tentou uma possível conciliação entre Tales e Anaximandro, o ar; para Pitágoras de Samos, o número, e assim por diante.

3.2. PERÍODO CLÁSSICO OU GREGO ROMANO

Essência: interesse no homem e nas suas relações em sociedade, com predominância das questões metafísicas e morais.
Representantes: Protágoras de Abdera (480-410 a.C.), Górgias de Leontini (487-380 a.C.), Sócrates de Atenas (469-399 a.C.) Platão de Atenas (427-347 a.C.), Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.), Zenão de Cítio (336-263 a.C.) e Epicuro (342-271 a.C.).
Anotações
Passada a fase cosmogônica, os filósofos deste período começaram a se interessar pelo próprio ser humano e suas relações na sociedade. Essa nova fase denominou-se sofista.
Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão.

Os sofistas eram professores ambulantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de Filosofia. A função deles não era o estabelecimento de uma verdade única, mas o poder da argumentação. Por isso, ensinavam aos seus alunos os conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados, utilizando o jogo de raciocínios e arte de convencer os seus oponentes, driblando as teses dos adversários.

1) PROTÁGORAS DE ABDERA

É considerado o mais importantes dos sofistas, ensinava que o homem é "a medida de todas as coisas".

2) SÓCRATES DE ATENAS

É considerado o marco divisório da história da Filosofia grega. Ele era também considerado um sofista, pois o seu estilo de vida muito se assemelhava ao dos sofistas profissionais. Saía de casa cedo e ia às praças públicas discutir com os jovens sobre toda a gama de conhecimentos. A diferença entre ele e os sofistas é que não o fazia pelo recebimento de dinheiro, mas pelo prazer de levar as pessoas a pensarem pela própria cabeça.

Para atingir tal finalidade, criou o seu próprio método que, depois, foi denominado de maiêutica e ironia. Na ironia, confundia o saber que as pessoas tinham sobre um determinado assunto; na maiêutica, levava-os a uma nova visão do problema, aprofundando-o sempre, sem, contudo, chegar a uma conclusão definitiva.

3) PLATÃO DE ATENAS

Discípulo de Sócrates, concebeu a teoria das idéias, em que procura explicar como se desenvolve o conhecimento. Segundo ele, o conhecimento se desenvolve pela passagem do mundo das sombras para o mundo verdadeiro, ou seja, o mundo das essências. Para atingir tal conhecimento, Platão propõe o método da dialética, que consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, no sentido de aprimorar o conhecimento.

4) ARISTÓTELES DE ESTAGIRA

Discípulo de Platão, é considerado o pai da lógica, ferramenta básica do raciocínio. Segundo ele, a finalidade primordial das ciências seria desvendar a constituição essencial dos seres, procurando defini-la em termos reais. Conforme Aristóteles, o movimento e a transitoriedade ou mudança das coisas se resume na passagem da potência ao ato. Exemplo: uma semente é potencialmente uma árvore, pois a plantando, podemos com o tempo vê-la crescer e frutificar.

4. FILOSOFIA MEDIEVAL

Essência: conciliar fé com razão.
Representantes: São Justino (165 d.C.), Tertuliano (nasc. 155 d.C.), Santo Agostinho (354-430), Santo Anselmo (1033-1109), Pedro Abelardo (1079-1142), Santo Tomás de Aquino (1221-1274), John Duns Scot (1270-1308) e Guilherme Ockham (1229-1350)
Anotações

Na Idade Média não existia uma Filosofia, mas correntes de opiniões, doutrinas e teorias, denominadas de Escolástica. Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho são seus principais representantes. Buscava-se conciliar fé com razão. O método utilizado é o da disputa: baseando-se no silogismo aristotélico, partiam de uma intuição primária e, através da controvérsia, caminhavam até às últimas conseqüências do tema proposto. A finalidade era o desenvolvimento do raciocínio lógico.

1) SANTO AGOSTINHO

Santo Agostinho (354-430), influenciado por Platão, é o pensador que mais se destaca nesse período.

Deixou formulado indicando o caminho para a sua solução - o problema das relações entre a Razão e Fé, que será o problema fundamental da escolástica medieval. Ao mesmo tempo demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Entretanto, defronta-se com um primeiro obstáculo no caminho da verdade: a dúvida cética, largamente explorada pelos acadêmicos. Como a superação dessa dúvida é condição fundamental para o estabelecimento de bases sólidas para o conhecimento racional, Santo Agostinho, antecipando o cogito cartesiano, apelará para as evidências primeiras do sujeito que existe, vive, pensa e duvida.





Em relação ao platonismo, o posicionamento de Santo Agostinho não é meramente passivo, pois o reinterpreta para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo, convencido de que a verdade entrevista por Platão é a mesma que se manifesta plenamente na revelação cristã. Assim, apresenta uma nova versão da teoria das idéias, modificando-a em sentido cristão, para explicar a criação do mundo.

Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as idéias divinas. Essas idéias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia. (Rezende, 1996, p. 77 e 78).


2) SANTO TOMÁS DE AQUINO

Santo Tomás de Aquino (1221-1274), influenciado por Aristóteles, é o pensador que mais se destaca na Escolástica.

Santo Tomás representa o apogeu da escolástica medieval na medida em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.

Há distinção, mas não oposição entre as verdades da razão e as da revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, estando-lhe subordinada. Por isso o conteúdo das verdades reveladas pode estar acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela. (Rezende, 1996, p. 81).





Nenhum comentário: